Um tanto bem maior...

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Uns tempos atrás, desempregada após anos trabalhando na mesma empresa, precisei atualizar meu currículo. Resolvi que o endereço do blog deveria estar lá também. Ué, por que não?! Não sou jornalista? Não é aqui que eu escrevo? Pois então... Meu blog tem que constar em meu C.V.!Quem for me contratar, principalmente se eu estou procurando emprego nesta área, irá se interessar pela forma como escrevo.

Antes que eu pudesse enviar para qualquer lugar, conversando com um amigo que entende sobre este setor, ele me disse: "Não indico que você coloque o endereço do blog. É muito pessoal. Você se coloca muito politicamente e muitas vezes o empregador não concordará com isso. Portanto você perde a vaga".

Me perguntei, após hesitar em tirar o endereço: Meu Deus! Entao é preferível realmente uma pessoa que simplesmente não demonstre interesse, independente de qual seja sua posição, sobre a política?

Isso me incomodou tanto naquele momento, que eu fiquei pensando dias.
Será que não existe (ou nunca existiu), a capacidade de reconhecer E VALORIZAR no outro a fascinante curiosidade pelo funcionamento da vida em sociedade?
Ou até de reconhecer, desta forma, a incrível facilidade em se expressar?
Ou a capacidade de observar, argumentar, acrescentar, convencer???

Afinal,por que preferir que o mundo esteja calado quando muitos tantos merecem ser ouvidos? Principalmente neste momento em que vivemos onde a necessidade de passos largos à frente não nos dá chance de recuar.

Capacidade só se comprova com curso de inglês avançado ou pós-graduação? Um texto com idéias próprias, por mais superficiais que os assuntos até possam vir a ser, não representaria bem tanto a competência com a gramática como a intimidade com a verbalização? Não podemos até imaginar o perfil de alguém lendo seus pensamentos?

Oras! Então por que não posso colocar a droga do meu blog no meu currículo???

Respostas? Até tenho algumas.
Mas deu preguiça só de pensar...

Mas o que vale mais a pena nessa história toda é que um dia, recebi uma ligação:
- Oi, Carolina? É a Fulana, da Empresa X, sabe? Então, queria saber se você pode me mandar um currículo seu.
- Oi, Fulana. Claro que sei. Então estou em São Paulo. E sem computador aqui, mas assim que eu chegar em Santos, te envio, ok?
- Claro, sem problemas. Queria saber se você também pode me mandar algum texto seu.
- então, tenho um blog. www.reflexocultoemim.blogspot.com

No dia seguinte, por sorte de encontrar uma futura chefe diferente da maioria, eu estava empregada.

Carolina Bertholini Freudenthal.