Um tanto bem maior...

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Recomeçar...

"Legal, abrir a porta do dia...
Entrar sem pedir licença..
sem parar pra pensar..pensar em nada.
Legal, ficar sorrindo à toa...
Sorrir pra qq pessoa...
Andar sem rumo na rua...(...)"

Como boa gemeniana que sou, não dispenso os dias de tormenta. Dias de confusão, de pensamentos perdidos que procuram se encontrar em noites escuras, e muitas vezes permanecem ecoando em minha mente, nublando qualquer sol do amanhecer. Uma boa gemeniana sabe: todo e qualquer sentimento, momento, sensação, deve ser sentido, vivido, aprendido, seja ele bom ou ruim. É isso que nos faz perceber e valorizar muito mais cada segundo de felicidade e paz.

Como boa gemeniana que sou, não dispenso os dias de alegria radiante, recheados de gargalhadas e sorrisos de pessoas maravilhosas que me cercam. Não abro mão de dias de bebedeira, dias de boêmia, dias de ouvir boa música e cansar ainda mais o corpo já cansado sem se preocupar em trabalhar amanhã.

Como boa gemeniana que sou, perco o brinco, a hora, o pensamento. Mas logo os encontro e dou risada. E se não encontrar, dou risada também. Pra que perder tempo chorando o leite derramado? O brinco se aparecer, apareceu. Senão, tudo bem. A hora perde-se a cada milésimo de segundo, e não há sabedoria no mundo que a recupere. O pensamento, este vive se perdendo. Mas o importante é que ele não perde a coragem de se aventurar.

Uma boa gemeniana não se cala. Procura manter a postura frente à uma situação em que se vê de mãos atadas, mas ainda sim, com toda a certeza, tem sua opinião.

Ama. E como ama. E só quer amar. E se um dia diz que nunca mais quer saber do amor, basta um arco-íris colorir o céu, que o casamento do sol e da chuva já renova nossas esperanças!

Uma sonhadora! Daquelas que acredita em duendes, lendas...Mas não tira os pés do chão, pois precisa correr caso apareça uma feiticeira voando de vassoura. Que medo!

Não consegue pensar em uma coisa só. E por não pensar uma coisa só, acaba levando um tempo a mais pra resolver seus problemas e conflitos. Afinal, decidir-se entre arrumar o quarto ou ir à praia, casar ou comprar um cachorro, fazer faculdade de direito ou virar hippie e cair no mundão, não é nada fácil!!!

Uma gemenina sabe que ser gemeniana é dificilmente especial.
E reconhece que apesar de ser especial, não é absolutamente nada sozinha no mundo.
E por mais que muitas vezes essa vida seja um porre, sabe que a ressaca vai passar...e amanhã, brindaremos novamente, como o copo cheio e a geladeira lotada!!!

Viva a vida.

PS. Hoje eu acordei num mau humor indescritível!

Carolina Bertholini Freudenthal

ESPERANÇA!

Há dias tenho tentado, em vão, encontrar alguma inspiração, algum tema, para continuar a escrever textos meus.
E não consigo encontrar. Nada! Nem um assuntinho. Não por falta deles, mas por falta de esperança em dizer. Pois, quando a gente diz algo, é porque espera estar sendo ouvido. Não apenas sendo escutado, e sim, assimilado. Por mais que possam surgir opiniões divergentes. Aliás, se elas surgissem seria maravilhoso. Daria mais gana para escrever.
Mas o que estou tentando dizer é: pra que?
Pra que "perder" meu tempo tentando falar sobre assuntos que dizem respeito à convivência, à sobrevivência, ao respeito, à solidariedade, se aqueles que deveriam realizar se fingem de surdos (ou burros) sempre que para eles for mais vantajoso agir assim?!
Fico aqui pensando: ué, mas enquanto eu dizia, me aplaudia. O que será que essa pessoa fez com todos aquele ideiais, todos aqueles princípios, todo aquele caráter admirável, toda aquela força irredutível?
Não encontro resposta além da palavra: egoísmo. Sim, o centro em si. E ao mesmo tempo falta de vergonha na cara. Todos sabemos que falar é fácil. Mas, pelo menos pra mim, falar sobre algo e fazer o contrário, é muito mais difícil. Fernando Anitelli, do alto de sua majestade, já dizia: "acredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz". Voz da razão!
Entretanto, me permito ir mais longe. Acho que as pessoas tem direito sobre suas vidas, sobre suas escolhas. Por exemplo: um casal de namorados. Um está apaixonado, o outro nem tanto. Precisa "falar correto" pra depois não viver o que disse? Não. Basta dizer a verdade. Porque o correto não é dizer o que querem ouvir, e sim dizer a verdade. Ou, nesse caso, simplesmente não dizer. Evita-se transtornos, sofrimentos. Outro exemplo: uma amizade. Se vc sabe que não é capaz de ser um bom amigo, pois vive única e exclusivamente olhando para seu próprio umbigo, seja sincero! Não permita que outros criem expectativas sobre essa relação. Afinal, não é justo ter um grande amigo, que não economiza esforços na hora de estar ao seu lado, e quando está na hora de você mostrar sua gratidão, simplesmente não o faz. E sem peso na consciência!
A verdade é: esses são exemplos bastante banais. Mas, se formos pegar esse pequenos exemplos e carregá-los conosco sempre, possivelmente uma boa parcela de problemas, desentendimentos, traumas, seriam contornados.
Conselho (de graça): não crie expectativas sobre aquilo que vc não é capaz de realizar!
Que bom! Peguei carona e desenrolei!
Falei, falei. E no final, volto pro mesmo ponto inicial.
De que adianta vc vir aqui, ler, ler, comentar, e não entender?
O verdadeiro efeito é o que reage!
Reaja!

Carolina Bertholini Freudenthal

Pelo amor de ...quem?

Desde pequena ouço contradições sobre a existência de
DEUS, e apesar de o catolicismo ter feito parte a minha
vida até certa e pouca idade (herança de família), meu pai
me mostrou o lado ateu da vida.
Confesso que durante um tempo resisti a essa triste
informação. Sim, porque para uma criança, não existir céu,
é pior do que não existir Papai Noel ou coelhinho da
páscoa. E mesmo com todas as explicações teóricas e
científicas que meu pai deu, foi bastante difícil encarar
essa possível realidade.
Graças aos meus pais (não a Deus), eu e minha irmã
fomos criadas sempre da melhor forma possível. E creio
que nossa educação teve como base desde aprender a
se portar na mesa do almoço, até a parte verdadeiramente
importante: preocupar-se com o próximo.
Meus pais, socialistas de raiz, procuraram nos ensinar que
nada está realmente bom, se não estiver bom para todos.
Nenhuma felicidade é plena, enquanto a realidade for a
miséria, fome, falta de solidariedade, guerra, desrespeito e
principalmente, pobreza de espírito. Sempre fui ensinada a
respeitar o ser humano, independente de quem ele seja,
ou o que ele faça. Mesmo que este tenha uma conduta ou
pensamento totalmente diferente do meu. Às vezes é
difícil, mas eu procuro sempre seguir esse caminho.
Com o passar do tempo, mesmo com o surgimento e
expansão de várias outras religiões, passei a detestar
quase todas. Não posso nem dizer que as conheço bem,
mas posso afirmar que, muitas vezes, ela é uma grande
prova da dissimulação e hipocrisia do ser humano.

Não precisamos entrar em grandes discussões, falar
sobre o fanatismo islâmico (onde inocentes são mortos
com o aval de Deus), ou sobre o “grande homem” do
momento (com o cérebro do tamanho do coração), o
presidente americano George Bush. Podemos falar
apenas daqueles que dividem o nosso cotidiano. Já
bastará.

Quantas vezes você já não se espantou com a grosseria,
falta de respeito e/ou descaso de alguém? Ou então, ficou
sem entender o porquê de alguém ter tomado uma atitude,
indiscutivelmente, de má fé? Quantas pessoas te fazem
pensar: “por que ele(a) fez isso, meu Deus?”. Quantos
políticos, com primeira comunhão e boa frequência nas
igrejas aos domingos, possuem seus nomes em
inquéritos por corrupção, e ainda assim dormem
tranqüilos, em seus travesseiros que valem aquilo que
muitos conseguem no mês para sustentar uma família?!

A grande maioria das pessoas possui um Deus para
acreditar e seguir. A bíblia, sendo ou não
comprovadamente verdadeira, é um livro de
ensinamentos. E apesar de ter como base a religião,
existem muitos conceitos que não devem ser levados em
consideração apenas por quem acredita em Deus. E sim,
por todo e qualquer ser humano que procura ser melhor e
fazer o bem.

À partir disso, cheguei à conclusão de que a religião não é
uma ajuda muito grande para as questões humanitárias.
Bem pelo contrário. Atualmente vejo que a função dela é
maquiar. Muitas dessas pessoas que se julgam “servos do
senhor”, “seguidores de Deus” (ou de Alá, ou de Jah, ou
...), são as mesmas que cometem homicídios, se
corrompem, ficam milionárias com o dinheiro público,
enquanto outros pedem nas ruas, sofrem a perda de um
filho assassinado, etc. Estas pessoas sabem muito bem
fazer uso da sua religião, e escondê-las por debaixo dos
panos quando convêm.

E agora eu volto ao início da discussão, onde agradeço a
educação que tive, e que me permite, hoje, ter
discernimento e capacidade para não fazer parte deste
grupo.

E mesmo sem acreditar em Deus, onipresente,
onipotente, acredito em mim. Acredito que Deus é a
consciência. Se todos, antes de agir, parassem para
pensar, se Deus aprovaria tal ação, e levassem a sério
(como dizem que levam), possivelmente esse seria
o melhor filtro para reduzir as atitudes egoístas
e impensadas que cometem umas para com as outras.
Sentir orgulho, ou no mínimo não se envergonhar de
nossos atos pode ser uma solução.

Por isso, acredito que pregar religião não é melhor do que
ensinar educação, do que projetar o futuro, ensinando,
enraizando, desde criança, a idéia de que só estamos bem
quando estamos todos bem. Ninguém escolhe viver,
mas todos podem escolher COMO viver.

Carolina Bertholini Freudenthal

Amigo!

"...E quando qualquer luz parecia escurecer meus dias,
quando as horas passavam como em um inverno interminável e nem as borboletas tinham cor...
...uma brisa leve,porém,renovadora levou aquele
sentimento sufocante para tempos distantes daqui.
Meus olhos, que antes expressavam realeza em
desesperança, brilharam pela ansiedade do amanhã,...
... e meus passos nao mais caminhavam sozinhos.
Pois neste percorrer da estrada da vida
ao chegar ao topo, começo ou fim,
lá estava eu, seguindo e sendo seguida,
mas sempre ao meu lado o meu anjo AMIGO."

Carolina Bertholini Freudenthal

"Porque" pouco importa.


Todo dia a mesma coisa.

Há décadas a necessidade de tomar ônibus para chegar a algum destino se faz presente em minha vida, e há muito mais tempo, essa é uma necessidade na vida de todos os brasileiros, e de grande parte da população mundial.

De 3 anos para cá, pego ônibus minimamente 2 vezes ao dia. Espero uns 15 minutos até ele chegar, e mais ou menos uns 40, até findar a "viagem". Simples, não?! Não! Nem um pouco.

Na realidade, as coisas são bem diferentes. Em primeiro lugar, 15 minutos de espera se o motorista QUISER parar no ponto. Porque se ele não estiver muito afim, esquece. Nem se estressa. Ele vai passar reto, a toda velocidade, nem vai lembrar de você, ou muito menos saber que você perdeu o emprego porque atrasou meia hora esperando um outro ônibus, ou então que seu filho estava sozinho em casa esperando você voltar do trabalho. E você só vai gritar em vão, e fazer papel de maluca no meio da rua caso resolva se revoltar.

Continuando nossa viagem. Entrou no ônibus? Agradeça a sorte. E se segura bem. Porque é bem capaz que o motorista não esteja satisfeito com alguma coisa e resolva descontar nos passageiros. Não importa se vc está grávida e carregando uma criança no colo, se tem mais de sessenta anos, se é aleijado, preto, branco ou amarelo. Não importa se você desejar um bom dia, muito menos se você quis colaborar comprando o passe para facilitar o serviço dele. Se ele quiser, pode ter certeza, nenhum motivo é suficiente para que ele ande na velocidade segura. Ou melhor, para que ele respeite as leis e os passageiros.

Próximo passo? Rezar para ter assento. Ou dar a sorte de ser homem. Porque ser mulher já não é fácil, e quando tem certos seres que não conseguem fazer outra coisa além de babar em todas as mulheres que passam, fica mais difícil ainda. E não importa se você é loira, morena, careca ou cabeluda. O importante, para eles, é mostrar a todo momento a incapacidade de autocontrole que o homem tem sobre o seu instinto animal. Deselegantes, no mínimo! Para não descer do salto e falar tudo aquilo que realmente me vem à cabeça qdo me vejo envolvida, direta ou indiretamente, numa cena dessas. Ok, essa culpa já não é mais do motorista. Tudo bem, eu admito.

Sentou? Agradece. Não sentou? Se encosta em algum canto, e faz cara de brava. Talvez ajude.

Tá chegando? Respire aliviado. Afinal, você ainda é um privilegiado em meio a milhões de desempregados que nem ao menos podem passar por esse tipo de nervosismo, pois não tem emprego para ir, muito menos dinheiro para pagar os benditos R$ 2,20.

E não ter emprego pode significar não ter o que comer nem onde morar.

Isso sim deve irritar! Será que ser motorista de ônibus é pior do que não ter emprego? Porque viver emburrado e com raiva do mundo, não vai aumentar o seu salário. Descontar em idosos que provavelmente também já viveram muitas injustiças durante suas vidas, não vai melhorar o tráfego. Fingir que não compreende os absurdos e problemas que existem no mundo, e não parar no ponto (sendo que essa é a sua função) para dar o direito que as pessoas tem de pegar a condução, não vai melhorar o seu dia, ou te fazer sentir melhor.

Tudo bem. Eu sei que o salário é ruim, que a carga horária é massante, que é difícil viver feliz nessas condições. Mas, o que o resto das pessoas que também estão na labuta, passando diariamente por problemas diversos, tem a ver com isso? Essas pessoas pegam ônibus. Não são detentoras de poder aquisitivo. E pode ter certeza, se tivessem, não passariam por esse tipo de situação. E se todas pudessem comprar seu carro, motorista seria sinônimo de desempregado.

Esse tipo de atitude não vai ajudar. Você vai ser apenas mais um. Mais um a se enganar. Mais um equivocado que acredita ter milhões de argumentos plaúsíveis para seus atos inpensados. Será apenas mais um a colaborar no processo acelerado de destruição da humanidade. Será igual àqueles que, egoistamente, pensam apenas em si, e que, ao invés de aumentar o salário dos trabalhadores motoristas que enfrentam o sol, a chuva, o trânsito, e o mau humor do patrão, usam do seu poder apenas para se beneficiar.

Qualquer semelhança não é mera coincidência.

Carolina Bertholini Freudenthal